Quando abri essa página hoje, não
tinha história nova nenhuma pra contar. Daí, pensei em falar de dor, de paixão
e de amor ... Porque de dor por causa de paixão e amor todo mundo tem um pouco
pra contar. Até brinco dizendo que a paixão inspira e o amor é quem leva a
fama. Cá pra nós, amor sem paixão não tem chama. E quando não dá certo, é certo
a lama (vulgo dor).
E aí... Ah, aí se você tem pena,
rabisca. Se pinta, se arrisca. Se dança, flutua. Se canta, choraminga
churumelas de saudade. Se toca, viola (do verbo 'violão'). Exageros e
"inventices" à parte, de alguma forma a dor se transforma como quem
diz – "há vida ainda!" E você se ajuda. E o sangue ferve. E só assim,
virando arte, um amor vale a pena viver ou ter sido, mesmo deixando um coração
aos pedaços de tão partido.
Já viu coisa mais difícil de deixar ir
embora que um amor? Esconder a dor pode até ser uma virtude, mas transformá-la
em arte é um talento. Já me esqueci de quantas vezes me partiram o coração e,
se quer saber, achei foi "bão" porque todas as vezes deu em canção -
uma, duas, três... Eles, os amores, se foram, elas não. Desconhecidas,
acabrunhadas, completas ou não, mas férteis, sempre férteis essas minhas
canções, à espera de um dia se ouvirem tocar além das minhas quatro paredes.
Eita, papo esquisito... Há dias
esquisitos mesmo. E como eu digo – “quem nunca sentiu um num sei quê que vem
num sei de onde, num sabe o que é se sentir num sei como”. É um quê de como se
dissesse ao mundo, fosse ir à forra.
Os dias chuvosos são mais propensos
pra gente se sentir assim. Digo, ao menos pra mim. Vai se saber o porquê!
Talvez porque as chuvas lavem o chão como as lágrimas o olhar. Em dias assim,
lá, acolá ou aqui na roça os bichos se calam, outros se enfurnam e eu ... Bem,
eu me embrulho e escrevo como já disse, porque tenho pena, uns poemas e versos
livres que, quando tenho sorte (e sempre tenho sorte), me vem com melodia
junto; sem compromisso nenhum com certo estilo ou moda. Mas são pura prosa em
poesia.
Na verdade, hoje nem chove, mas segue
uma de quando chovia por hoje estar me sentindo como se chovesse e num sei
como. Tem um link pra você ver como ficou a melodia. Desculpe o violão,
coitado! Pela cantora, peço desculpa não, posto que é só uma compositora, mas,
não, mais uma. (rs) Inté!
Engano
Tava uma chuva danada
Não fiz nada, só pedi abrigo
De graça são abraço apertado
Abrir de porta, prosa e sorriso
Não iam te fazer falta
Eu não ia te machucar
Doído? Eu que estava
E cabisbaixo de tanto chorar
Engano é o que mais se sucede
E, por vezes, a um só bem mais
E a esse, que (ele) só se perde
Diga se for capaz
De olhar nos olhos de quem se ama
E não ver mais nada de amor
Se noite fosse, mas (essa) nem reclama
Inda é sol. Nem tarde chegou.