“A vida no campo é fruta madura. Amizade é coisa pura, é mel no coração. Gado no curral, cuscuz com leite. Café com queijo, eu gosto é de um requeijão ...” - diz parte de uma canção de Juraildes da Cruz.
"Tenho no quintal uns pé de fruta e de flor. E no meu peito por amor, plantei alguém (plantei alguém). Que vida boa ô ô ô. Que vida boa ..." diz uma outra mais conhecida e popular nas vozes de Vítor e Léo.
E é mesmo assim. A vida no campo inspira e traz o sossego que o desassossego da cidade desconhece. Fiz um caminho inverso a tempo de descobrir e dar valor a essas coisas que antes via de contarem ou de um passeio vez por outra na roça de um conhecido de um amigo de amigo meu.
E é mesmo assim. A vida no campo inspira e traz o sossego que o desassossego da cidade desconhece. Fiz um caminho inverso a tempo de descobrir e dar valor a essas coisas que antes via de contarem ou de um passeio vez por outra na roça de um conhecido de um amigo de amigo meu.
Não é fácil gente urbana se acostumar facilmente à vida que mais parece
de bicho escondido no mato, mas eu tive a sorte de ser assim – adaptável. Taí
uma qualidade que num faz ‘maR’ a ninguém, ao contrário da sinceridade que, às
vezes, até judiar judia (rs).
Aqui na Roça, eu diria, ainda dá pra
sobreviver a um holocausto – tem sempre no mato remédio pra tudo e buraco pra
tudo quanto é de lado; vaca que dá leite, umas outras que não e que dão em carne; galinha
que dá ovo, outras que num dão e vão pra panela e por aí vai. Mas são os pés de
frutas a minha alegria de criança crescida: abacateiros, mangueiras,
bananeiras, laranjeiras, aceroleiras, jaqueiras, pitangueiras ...
jabuticabeiras ... Ah, as jabuticabeiras!
O
período de safra da jabuticaba, em geral, vai de agosto a novembro. Aqui na
Roça as primeiras nos vieram em meados desse mês de outubro. Essas
redondinhas, miudinhas e escurinhas são ricas em cálcio, fósforo e ferro, além de outras vitaminas, como
as do complexo B e a C. Ainda estimulam o apetite, combatem males da
pele, o reumatismo, queda dos cabelos e são ótimas para o metabolismo do nosso
organismo. Quer mais? As cascas cozidas da jabuticaba auxiliam no combate à
diarreia e se
consumidas com a casca e o caroço, ajudam a regular o intestino porque são
ricas em fibras.
Agora,
são muito sensíveis, viu? Então, se for consumir assim que colhê-las, pode
lavá-las, mas, caso não, não deverão ser lavadas pois azedam facilmente. Se
forem à geladeira duram de dois a três dias sem perderem o viço e a firmeza.
100g
de jabuticaba fornecem 43 calorias e inúmeras receitas podem ser feitas a
partir dessa fruta deliciosa, tais como: licor, batida, geleia, ... Incrementam
pratos salgados também, como frango e lombo ao molho de jabuticaba.
Como
tenho andado mais atenta às delícias da cozinha caipira, seguem duas receitas
que recomendo por ter experimentado: um molho para acompanhar carnes grelhadas e
a geleia de jabuticaba.
Molho de Jabuticaba –
- 1
xíc. de chá de jabuticaba; 1 xíc. de chá de água.
Bata, coe e ferva com os seguintes ingredientes:
- 1
pedaço de canela em pau; 1 colher de sopa de vinagre de maçã; 1 colher de sopa
rasa de açúcar; 1 xíc. de chá de vinho branco suave.Bata, coe e ferva com os seguintes ingredientes:
Deixe apurar até que fique uma calda.
Geleia de Jabuticaba –
- 1k
de jabuticaba; -
açúcar.
Lave-as tirando os cabinhos e leve ao fogo numa panela sem acrescentar água. À medida que for cozinhando vá amassando com uma colher de pau ou escumadeira. Deixe cozinhar por aproximadamente 5 minutos. Passe por uma peneira amassando bem. Meça o líquido e acrescente a mesma quantidade de açúcar. Cozinhe até o ponto de geleia. Pronto!
Lave-as tirando os cabinhos e leve ao fogo numa panela sem acrescentar água. À medida que for cozinhando vá amassando com uma colher de pau ou escumadeira. Deixe cozinhar por aproximadamente 5 minutos. Passe por uma peneira amassando bem. Meça o líquido e acrescente a mesma quantidade de açúcar. Cozinhe até o ponto de geleia. Pronto!
Citando
novamente o Juraildes - "Nóis
é jeca, mas é jóia!" Abaixo segue o vídeo da música
caipira "Vida no Campo", composição do mesmo Juraildes da Cruz, com a
participação de Xangai.