Coisa corriqueira depois que vim morar mais na roça que na cidade é me
aventurar na cozinha fazendo algo típico da gastronomia, digamos assim,
“roceira”. O pequi é comum por essa época aqui. Então, já fui à exaustão:
arroz com pequi, frango caipira com pequi, pequi com carne moída, pequi purim
... Enchi! Nos doces: arroz doce, bolos de fubá, mandioca ... , a goiabada em calda, a bananada,
pudim de pão caramelado e outros “ados” ...
A gente vai tomando gosto e querendo aprender a fazer coisas mais
rebuscadas e difíceis para no fim das contas ouvir um: muito bem! Tá
aprendendo, hein? Bem-vinda à roça! Evidentemente, que nem sempre a gente
acerta e, aí, é zoação. Devo aqui confessar que erro muuuuuuito. Mas faz paRte, afinal, como costumo dizer, quem não se
joga não aprende a voaR nem a meRgulhar.
Assim, dia desses, inventei de fazer uma rabada ao vinho tinto. Marrapá,
respeite que a ‘bicha’ ficou boa, viu!
'Reza a lenda' que é um prato típico da culinária européia. Depois das touradas, na Espanha, fazia-se um cozido do rabo do boi morto na arena. Em Portugal é mais comum a sopa do rabo do boi. Na Inglaterra é "oxtail soup" que, pelo nome, também é sopa. No Brasil impera o guisado e o hábito de se comer rabada surgiu primeiramente nas áreas de criação de gado primeiramente no Nordeste - Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e, também, no Piauí. O fato é que caiu no gosto popular e no Brasil a rabada já não existe sem o angú e o agrião.
E como o que é ‘bão’ a gente
compartilha, segue a receita do trem:
Ingredientes:
- 1 rabo de boi (mais ou menos 1 kg, 1,5 kg);
- azeite para refogar (vai aí uns 150 ml);
- farinha de trigo peneirada (mais ou menos 1 xícara);
- cebola (umas duas de médias para grandes);
- alho (no mínimo uma cabeça grande);
- 3 a 4 tomates;
- alecrim (uma porçãozinha);
- coentro e cebolinha (bem picadinhos);
- pimentão;
- agrião (nessa receita via pra decorar o prato);
- 1 vinho tinto seco (daquele que cabe no seu bolso);
- 1 cálice de cachaça (para misturar à água que vai aferventar o rabo);
- sal e pimenta a gosto.
Modo de fazer:
1º passo: aferventar o rabo (em água que dê para cobrir todo o rabo junto com um
cálice de vinho) pra tirar o excesso de gordura e, assim, dar uma limpada
melhor.
2º passo: depois de escoar, tempere com sal e pimenta moída na hora.
Passe na farinha de trigo e refogue no azeite (já na panela de pressão).
3º passo: vá juntando os demais temperos no refogado: cebola, alho,
tomate, alecrim, coentro e cebolinha.
4º passo: acrescente o litro de vinho e tampe a panela de pressão. Daí,
é deixar cozinhar por uns 40 minutos (o trem é duro).
Para acompanhar, fiz uma polenta ao leite que é muito mais macia, mas muito mesmo, que a polenta convencional. Fiz assim meio no olho sem muita medição:
- 2 copos de fubá pré-cozido ou preparado para polenta;
- 1 cubo e meio de caldo de carne industrializado dissolvidos num pouco de água
quente;
- 4 copos de leite;
- 1 colher, das de sopa, bem cheia de manteiga ou azeite.
Se você gosta da polenta mais lisinha e mole, aumente os líquidos ou diminua o fubá.
Coloque o caldo e o leite em uma panela alta e espere ferver. Vá acrescentando a
manteiga e, assim que ela derreter, junte o fubá aos poucos e mexa bem com um
batedor de arame de preferência para não empelotar. Mexa
até o creme engrossar e começar a desgrudar do fundo da panela
(uns 30 minutos).
Desligue o fogo, claro (dã).
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Essa é a de um "chef" |
Na hora de servir, cubra o fundo de um prato com a polenta e coloque uma bela
porção de rabada por cima, caprichando no molho de vinho... Decore com folhinhas
de agrião, se tiver; eu não tinha. (Putz! Como fez falta na decoração do prato ...). Aliás, não usei batatas também, mas essas podem ser adicionadas ao guisado quando ele estiver pronto e cozinhar um pouco para não despedaçar ou, ainda fazê-las à parte com agrião. Bom, acho que é isso. Seja feliz!
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Foi assim que ficou o meu |
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Se ocê olhaR bem lá no fundo do molho no prato vai encontraR um veRde musgo (rs) |