Conheci o
Kênio no colegial. Ele
dirigia um velho fusca branco no qual, da roça, iam ele e todos os irmãos
estudar na cidade. Fazia parte da ala dos rapazes mais velhos e mais lindos do
colégio e as meninas mais lindas e mais populares ele namorou, menos eu
“causidiquê” preferia seu irmão mais novo na época (risos altos). Lembro-me bem do
quanto ele era divertido e bom de prosa e péssimo em matemática.
|
Se esse Fusca falasse ... |
|
Kênio (Menudo) e seus cinco irmãos. O escondidinho ali atrás era o meu amor platônico |
O tempo
passou, perdi contato com quase todos, se não todos, aqueles colegas de
infância e só vim lhe reencontrar um bom tempo depois, em 2003, quando fui
apresentada à sua família por um primo seu (dele), que morava em Goiânia, com que
eu estava namorando e com quem hoje sou casada (o famoso e felizardo Dono da Roça). Vejam só vocês as peripécias e/ou
presepadas dessa vida!
Quando lhe vi
(o Kênio), quase caí para trás – nada daquele cara bonitão, bem cuidado,
cheiroso, sorriso farto e cheio de dente, etc e tal das minhas lembranças ... Casou-se
(a priori, porque engravidou a moça, pelo que me contaram), teve filhos (três) e tem uma
neta. Se acidentou, ficou quase aleijado (é meio manco até hoje e penso que por
isso requereu aposentadoria tão jovem na época, pelo que sei, quarenta e poucos
anos), não bebe mais (mas já bebeu MUITO), mas fuma (muito), perdeu os dentes
... Enfim, só vendo para crer como e no quê meu amigo galã de cinema se
transformou. Eis, digo, ei-lo ...
|
E eu perguntei: -"Kênio, mofi, o que aconteceu c'ocê?" Ele apenas me sorriu ... |
|
Assim, de perfil, lembra aquele ator de Hollywooooooood. Aquele ... é ... Ah, aquele. |
Mais vale um sorriso amarelo que a tristeza de ser um banguela? Pode ser. A vida não lhe
foi muito generosa? Talvez. Culpa só dele? Num sei. Espero que ele não se
zangue comigo por causa de minhas observações caso, evidentemente, a inscrição feita no Lata Velha seja escolhida e divulgada pelo Caldeirão do Huck. Aliás, eu já deveria ter inscrito há tempos. Mas, enfim, como pra tudo há um
tempo debaixo do Sol e enquanto houver vida há esperança, fui e fiz a inscrição dele pelo site do programa:
http://tvg.globo.com/programas/caldeirao-do-huck/
Ele dirige, hoje, um
Scort 1985, caído aos pedaços, estado de conservação só Deus
na causa e/ou o Lata Velha do Caldeirão do Huck (como pode se ver nas fotos abaixo). Nele, ele faz o transporte
da família, bem como de todos os “trem” da roça que colhe (hortifrutigranjeiros)
pra vender na feira do “arraiaR vizim”, onde tem uma
humilde banca.
|
de ladim |
|
De frente |
|
de banda |
|
"discosta" |
|
Kênio - bem ali, depois da porteira no final da curva da estrada |
|
Tia Aurora e o saudoso tio Zé |
Conversando
com sua mãe, Dona Aurora (já falei dela num outro post, a quem também chamo carinhosamente de "tia"), viúva do Seu Zé (pai de toda a prole), ela me contou que tem um outro
carro na família, inclusive, com muito mais histórias. Reza a lenda que o filho mais velho do
Kênio, por exemplo, foi feito nele. Trata-se de um Chevrolet C10, 73, amarelo. Esse carro, apelidado de "lacraia amarela", até lhe seria mais útil na lida do dia a
dia da roça para a feira na cidade, mas faz
parte do espólio da família e, embora haja a intenção, seus irmãos não assinaram um documento abrindo mão dos direitos em favor do Kênio. Então, achei por bem escrever pro Lata Velha sugerindo uma repaginada no velho e bom Ford ScoRt mesmo.
|
Não fala, não anda, é surda e muda, mas o que tem de história essa "Lacraia" ... |
|
Ó a situação, misericórdia! |
|
"SafadEnho" |
Bom, depois de tudo dito e exposto, penso que num preciso nem dizer que, seja qual for dessas 'latas velhas' a contemplada, nunca antes em toda a história do Lata Velha existiu uma lata velha tão precisada do Lata Velha quanto uma dessas latas velhas.
|
Kênio, mulher e filhos |
Assim, vem, gente, Luciano e cia! O Kênio e sua família esperam vocês com um café coado e passado na hora e um bolinho de fubá de lamber os beiços pedindo bis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário