A cidade engole o campo e o “jeca” quer
ser “cowboy”. Meninas de trança com vestido de chita rodado? Rapazes de calças curtas,
camisa xadrez surrada e botina furada? Palavreado com sotaque brejeiro, sorriso
desconfiado e desdentado? Qual o quê! Pode até ter nos cantos mais recônditos do sertão e/ou Cerrado brasileiros, mas isso hoje é mais coisa de filme antigo ou novela
contada em flashback. Já era!
O arrasta-pé ou bate-chinela ou fobó (como queira chamar) da roça perdeu espaço para os bailes e shows do arraial mais perto ou da capital. Trocaram o“burrico” e o cavalo por num sei quantas lá cilindradas e os carros de boi por carros importados há tempos. Evidentemente que isso é um luxo para poucos. Os mais "humiRdes" vão aonde tem que ir de ônibus, “furreca veia”, bicicleta, motoca, mas em cima de uma mulinha? Poucos fazem isso. Os bichos são usados mais na lida do dia a dia mesmo e só.
O arrasta-pé ou bate-chinela ou fobó (como queira chamar) da roça perdeu espaço para os bailes e shows do arraial mais perto ou da capital. Trocaram o“burrico” e o cavalo por num sei quantas lá cilindradas e os carros de boi por carros importados há tempos. Evidentemente que isso é um luxo para poucos. Os mais "humiRdes" vão aonde tem que ir de ônibus, “furreca veia”, bicicleta, motoca, mas em cima de uma mulinha? Poucos fazem isso. Os bichos são usados mais na lida do dia a dia mesmo e só.
Quanto maior a fivela ... menor a fazenda, reza a lenda. |
Num vou dizer que isso é ruim nem que sou avessa ao conforto da cidade grande ou à modernidade ou, ainda, ao “look fashion”, muito pelo o contrário. Só não acho muito legal “neguim” fantasiado de ‘cowboy’ dos pés à cabeça o dia inteiro e todo dia. Inclusive, na maioria das vezes, esse(a) nunquinha nem montou numa égua nem apaRtou umas vacas. Mas isso é mais uma bobagem. Cada um veste o quer, o que gosta e o que pode, né "meRmo".
- "Peão bão era o Tonho Pea Onça", se lamenta o Dono da Roça com a falta que faz hoje em dia a mão de obra especializada na lida diária com os bichos na roça.
Mas como eu ia dizendo, foi-se o tempo em que o sertanejo era desprovido de vaidade. Hoje em dia o estilo dito sertanejo dita a moda e fala-se "country", e a calça é de grife, a camisa idem, a bota é de couro de avestruz, o cinto tem fivela invocada e cheia dos brilhantes por demais e o chapéu tem pedigree. Uia!
- "Peão bão era o Tonho Pea Onça", se lamenta o Dono da Roça com a falta que faz hoje em dia a mão de obra especializada na lida diária com os bichos na roça.
Mas como eu ia dizendo, foi-se o tempo em que o sertanejo era desprovido de vaidade. Hoje em dia o estilo dito sertanejo dita a moda e fala-se "country", e a calça é de grife, a camisa idem, a bota é de couro de avestruz, o cinto tem fivela invocada e cheia dos brilhantes por demais e o chapéu tem pedigree. Uia!
Se eu usasse um 'visu' desses aqui na roça, o dono da roça ia dizer que eu tava pulaNU a ceRca |
Chic pra ir num evento country. Amei! |
O dono da roça ia ficar lindho nesse look, mas ia jogar fora o "lencim", ia. |
bota em couro de avestruz - R$ 977,00 |
Cintos femininos com pedrarias - R$ 720,00 |
Um chapéu como este, aparentemente simples, pode custar R$ 295,00. E esse é dos baratos. |
Na última festa de Barretos tinha bota à venda em couro píton cravejada de diamantes mais cara que a boiada inteira do dono da roça: R$ 77 mil. É mole? Óia a foto da bicha aí:
O mesmo empresário, Olívio Martins, que confecciona a bota cravejada de diamantes acima, usa outros materiais exóticos como couro de arráia, jacaré, pirarucu, hipopótamo e elefante, onde os preços variam de R$ 750,00 a R$ 55 mil. O comprador recebe, no ato da compra, um número de identificação do Ibama atestando a legalidade do produto.
O mesmo empresário, Olívio Martins, que confecciona a bota cravejada de diamantes acima, usa outros materiais exóticos como couro de arráia, jacaré, pirarucu, hipopótamo e elefante, onde os preços variam de R$ 750,00 a R$ 55 mil. O comprador recebe, no ato da compra, um número de identificação do Ibama atestando a legalidade do produto.
O "homi" faz até vestido de noiva com couro, organza de seda pura, tafetá e brilhantes cor de champanhe, e traz detalhes em ouro e flores feitas com escamas de pirarucu, um peixe amazônico, pela bagatela de R$ 600 mil. E, como ele é caridoso, tem uma versão mais em conta pros mais "humiRde" no valor de R$ 175 mil.
Segue aí, abaixo, o criador com uma de suas criaturas - uma peça que ele fez para Mariah Carey cravejada de rubis e diamantes. "Todo ano eu faço uma peça ousada, que eu considero ser uma joia, uma obra de arte", diz ele - Olívio martins. é ou não é um luxo para poucos.
E já que estamos falando de cowboys, quero deixar aqui a minha homenagem àqueles que considero de verdade, muito embora façam parte apenas do nosso imaginário e das telas do cinema: Jonh Wayne e Clint Eastwood (os maiores cowboys do cinema). Um destaque especial para Mazzaropi - esse é nosso e caipira de tudo. Cada um na sua, cada um no seu, cujo tipo que fizeram não deixa escapulir o que eram e serão para sempre – astros.
Bota masculina em couro de arraia, detalhes em ouro e diamante. Preço: R$ 23 mil |
Bota feminina em ouro de arraia com detalhes em ouro, rubi e diamantes. Custa R$ 55 mil |
Segue aí, abaixo, o criador com uma de suas criaturas - uma peça que ele fez para Mariah Carey cravejada de rubis e diamantes. "Todo ano eu faço uma peça ousada, que eu considero ser uma joia, uma obra de arte", diz ele - Olívio martins. é ou não é um luxo para poucos.
Olívio Martins com sua peça exclusiva no valor de R$ 55 mil. |
Um chaRme esse John Wayne |
Oh, "homi" bonito pra eu achaR ... Clint Eastwoooooooood |
É "feim", mas é nosso - Mazzaropi |
Quanto a mim, gosto de coisas bonitas: rendas, sedas, fendas, fitas, mas no dia a dia é no jeans e camisa mesmo que me acho. Os colchetes deixam feridas ... A bota tem que ter. Como eu digo e canto: "bota a bota, menina, na roça que é perigoso andar sem bota. Na roça tem cobra".
Para encerrar, vamos rir agora com um matuto desses nocinema? Segue aí uma anedota de um paraibano de Campina Grande - Jesseir Quirino - "arquiteto por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção". Inté!
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