quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Colcha de Retalhos

Uma colcha de retalhos é um álbum de retratos, de momentos ventilados de prosa e poesia. São coisas de casos e de acasos no caos dos encontros rasgados em despedidas. Voltas e idas pra não mais, nem de fantasia, mas só se. São olhos ora bem abertos de tão esbugalhados ora fechados em lágrimas vertidas. São quintais varridos pros dias de festa, a conversa, a siesta. É a moça à espreita na janela, o rapaz, a seresta. A criança que brinca, que berra. É a alegria de vidas vividas e vozes que se esbarram no dia a dia da lida ou da preguiça. Pedaços de aço, embora em restos, daquele pano, daquele vestido, daquele terno, daquela cortina, da encomenda farta e finda. Sou eu, são nós de nós em corações aos pedaços juntados entre pontos e contos, bordas em bordões. Aqui na Roça é assim, seja na casa da cidade grande, seja no Rancho Fundo bem pra lá do fim do mundo', na casa de pau-a-pique, ela está lá, esparramada na cama assim, assim, a nos convidar pra descansar ouvindo histórias que os olhos já não podem ver só por Si.


2 comentários:

  1. Incrível sua postagem, a maneira como construiu o texto e o uso do recurso gráfico em algumas palavras, simplesmente sensacional. Aqui em minha roça, ou melhor, na roça onde eu vivo, é parecido [todas as roças são parecidas, creio]

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso.” (@JefhcardosoReal no twitter)

    Convido para leia e comente XONGAS em meu blog http://jefhcardoso.blogspot.com e, caso goste, conto com a sua divulgação para ao menos mais um amigo; obrigado!

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  2. Adorei passear por aqui e encontrar você em seu comentário, Jef! Sim, as roças são bem iguais embora diferentes na sua gente...
    Estou te seguindo lá no seu blog e, assim que me ocorrer algo à altura, comentarei.

    Um abço pr'ocê e volte sempre!

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