terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O Esturrar da Onça

                              
          Ocês num vão acreditar. Dia desses veio o leiteiro dar conta de que do lado de lá da represa e subindo mais um bocado pros lados da estrada que corta a fazenda vizinha, foi vista uma onça a estraçalhar uma novilha. Era uma onça preta, disse ele. Marrapá! Será que inda existe uma espécie dessas pras bandas de cá? Só vendo, digo, num quero nem ver, mas tomara que seja mesmo verdade.

          Quando eu era menino, começa a narrar mais uma de suas estórias o dono da roça, isso aqui não tinha tanta onça já, mas vez por outra se ouvia o esturrar de uma bem perto da varanda. Depois da construção de Brasília foi um extermínio só. Tinha de todos os tipos no Cerrado – a pintada, a preta e a suçuarana. O esturrar, pra mim, era o mesmo. Eu enfiava a cabeça debaixo do travesseiro por entre o cobertor como um tatu na sua toca, rezando que o sono me pegasse antes dela.

          Quanto a mim, o mais próximo que cheguei de uma onça foi no zoológico mesmo ou nas Caçadas de Pedrinho (obra de Monteiro Lobato)
          
          Fuçando na Wikipédia e outros sites afins, descobrimos que a onça-pintada, a onça-verdadeira como dizem, também conhecida como jaguar, jaguarapinima, jaguaretê, acanguçu, canguçu, é o terceiro maior felino do mundo, após o tigre e o leão, e o maior do continente americano. Ocorria nas regiões quentes e temperadas, desde o sul dosEstados Unidos até o norte da Argentina. Está extinta em diversas partes dessa região. Nos Estados Unidos, por exemplo, está extinta desde o início do século XX, apesar de relatos de que possivelmente ainda ocorre no Arizona.
 
         
         
          Ainda pode ser encontrada em ambientes de florestas tropicais, mas também é encontrada em ambientes mais abertos. A onça-pintada está fortemente associada com a presença de água e é notável, juntamente com o tigre, como um felino que gosta de nadar. É, geralmente, solitária. Tem uma mordida excepcionalmente poderosa, mesmo em relação aos outros grandes felinos. Isso permite que ela fure a casca dura de répteis como a tartaruga e de utilizar um método de matar incomum: ela morde diretamente através do crânio da presa entre os ouvidos, uma mordida fatal no cérebro.
          Embora o comércio internacional de onças ou de suas partes esteja proibida, o felino ainda é frequentemente morto por seres humanos, particularmente em conflito com fazendeiros e agricultores na América do Sul. Foi o que aconteceu pras bandas de cá.


 
     
     A onça-parda é também conhecida como suçuarana, onça-vermelha, dependendo da região. É um felino nativo das Américas. Depois da onça-pintada, é o segundo felino mais pesado do hemisfério ocidental.
    Embora grande, a onça-parda está mais relacionada aos felinos menores e é mais próxima geneticamente do gato-doméstico do que com os verdadeiros leões. Os ataques a seres humanos são raros, apesar de um aumento recente de frequência. Prefere habitats com vegetação rasteira densa e áreas rochosas adequadas às emboscadas, mas também pode viver em áreas abertas.


                    A onça-preta, também conhecida por jaguar-preto, é uma variação melânica da onça-pintada. Pensava-se que poderiam ser de espécies diferentes, mas sabe-se hoje que a onça-preta e a onça-pintada são da mesma espécie. Observando-se atentamente, são visíveis as rosetas e pintas típicas da onça-pintada contra o fundo negro da pelagem da onça-preta. A onça com pelos escuros é um raríssimo exemplar da natureza. Estima-se que apenas 3% do total de onças pintadas são prestas.
 
                
         Bem, particularmente, acho bem difíciR uma espécime dessas andar sorrateiramente por essas bandas de cá. Certamente, se assim for, é uma questão de tempo até que um dos agricultores ou criadores de gado não deem cabo dela. O que é uma pena!
        Separei dois vídeos -  O berranteiro Serjão – o matador de onça e, em seguida, uma sessão de nostalgia:  um vídeo da versão televisiva da obra de Monteiro Lobato “As Caçadas de Pedrinho” em O Sítio do Pica-Pau-Amarelo. Como era bão ser criança!
 
 
 
 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

É Bicho-de-Pé, Chulé!


          Se ocê mora na roça ou só frequenta uma eventualmente, mesmo usando botas, uma hora ele te pega. Entre os dedos, por baixo das unhas, na sola do pé, de ‘ladim’, no calcanhar  - te faz cócegas numa coceira boa de se coçar achando ‘bão’ e, quando ocê se dá conta, num é mutuca nem muriçoca nem maruim. O que é que é que é? É bicho-de-pé, chulé!
          Dia desses tinha mais de penca entre os meus dois pés. Fiquei aperreada sem entender como podia se dar um trem desses já que uso um par de botas que vai até os joelhos por cima das calças toda vez que me embrenho pelo meio dos matos ou vou tratar dos bichos. Enfim, pesquisei mais a respeito e ‘inté’ arregalei os ‘óio’ quando me deparei com uma foto aumentada do bicho.
 
          O bicho-de-pé é uma pulga de cor marrom-avermelhada que quando adulta mede em torno de 1 mm de comprimento. É a fêmea adulta que tem a capacidade de perfurar a pele do homem, porco e outros animais, para se alimentar de sangue e pôr seus ovos.
 
          É um tipo de larva minúscula sem asas (graças a Deus) e que tem seis patas, que cresce e se transforma em um tipo de ácaro ou espécie de pulga chamada Tunga penetrans, que penetra na pele (geralmente do pé) para alimentar-se de sangue e pôr seus ovos, mas também pode acontecer dele picar ao redor dos pulsos, tornozelos e/ou outras dobras quentes da pele.
 
          Essas picadas ocorrem normalmente nos meses de verão e outono. O que explica praticamente o enxame em mim. As larvas desse inseto são mais encontradas em lamaçais, terrenos arenosos, geralmente em locais quentes, secos e sombreados, gramas altas, plantações e bosques. A pulga penetra na pele quando o indivíduo fica descalço na areia, na água suja, ou no chão por onde passam cães e gatos, por exemplo. A melhor maneira de não se pegar o bicho-de-pé é evitar andar descalço. Sua picada provoca muita coceira, e das boas.

          Assim, ocê já sabe – se vir um pontinho preto na pele, circundado por uma pele mais clara e coceira misturada com dor na região – vai ver que é bicho-de-pé.

 
          A não retirada do inseto da região afetada pode levar a infecções secundárias, como tétano e gangrena. Há registros de casos em que a amputação dos dedos dos pés foi necessária. Já pensou um trem desses?!
 
          Agora a parte boa da estória – tem um trem doce de comer batizado com o nome “bicho de pé”. O porquê não sei nem ouvi falar, mas parece ser gostoso e facim de fazer. Segue a receita. 
 

Bicho de Pé
 

Ingredientes:
  • 1 lata de leite condensado
  • 1 colher de sopa de margarina sem sal
  • 1 caixinha de gelatina de morango (pode ser sabor uva, framboesa, amora)
  • Açúcar para enrolar

Modo de preparo:

  1. Em uma panela, coloque o leite condensado e a margarina
  2. Mexa sempre até ferver, em fogo baixo
  3. Assim que começar a ferver, acrescente o pó da gelatina (não precisa dissolver antes)
  4. Mexa bem, em fogo baixo, até desprender do fundo da panela
  5. Espere esfriar para enrolar em forma de bolinhas
  6. Peneire o açúcar e passe as bolinhas no açúcar peneirado