sábado, 24 de dezembro de 2011

O Genro e a Sogra

É tempo de festa e celebração na maioria dos lares brasileiros e em muitos outros ao redor do planeta. Tempo para estarmos ao lado de parentes, aderentes, queridos, amigos, amores. De nos empanturrarmos de guloseimas deliciosas e em cores, descobrindo velhos e novos sabores às voltas, depois, com os dissabores da balança.
Não tenho nenhum conto de Natal pra contar. Humpft! Mas tenho um ‘causo’, vulgo fofoca, que deixou matuto, menino no bucho e crescido de queixos caídos e olhos esbugalhados. Fez o chão da roça tremer a ponto de se abrir e céu desabar. Os bichos do mato se agitaram de um jeito que num arredaram as patas até poeira baixar e abrir caminho no prumo do mato. Estradas viraram arquibancadas como eram antigamente as janelas de cuja casa havia televisão. Mesmo assim, está longe de ser algo de outro mundo e, certamente, já aconteceu muita estória parecida por esse mundão afora.
Pois bem, na roça vizinha os vizinhos são ‘phoda’. Mora um casal mais moderninho que a maioria ‘daquelas celebridades’ que se dizem diferentes e à frente do seu próprio tempo – GENRO E SOGRA SE AMAM LOUCAMENTE! E “já se amavam assim bem antes da bomba explodir”, é o que garantem as línguas viperinas e de badalo da Maria e do primo Kênio, tia Santa e sua cunhada Aurora, queijeira Ceiça, caseiro Tonho, leiteiro Clécio, vaqueiro Evandro... Dos Mezengas aos Berdinazzis, o assunto era, e ainda é, um só: esse.
“Bem que eu desconfiava daquele chamego todo dele beijando e abraçando a sogra!”, dizia um. “E os elogios dele pra ela com ela no colo?”, dizia outro. A filha dela, esposa dele, reclamava: “nunca que ‘ocê’ me disse coisas assim!” E dão conta, as mesmas línguas viperinas e de badalo, que a moça andava às voltas volta e meia se consolando nos braços de um violeiro da região.
“Marmenino”, quando a coisa feia veio à tona ninguém sabia se ria ou se dava gargalhada. Marido da Sogra quis matá-la, depois matar Genro e ir se embora junto pro outro lado pra continuar chacina. Esposa, a filha traída, pegou as tralhas e sumiu porteira afora. Deram-na por desaparecida tempos a fio. Parentada dizia “eram parentes distantes de terceiro, quarto grau, nem conhecia”, tamanha era a vergonha. O Genro dizia, com cara de fuinha, “a paixão me pegou; tentei escapar, não consegui”, enquanto apanhava de sua velha mãe traspassada também de vergonha.
Tempo passou, uns cinco anos já lá se vão –  Genro e Sogra continuam juntos ‘entre tapas e beijos’, e mais aos beijos, os sem vergonha. Marido da Sogra casou-se de novo, quietou-se. Esposa do genro, filha da Sogra, voltou e perdoou seu ex, o Genro da Sogra, e também à sua mãe, a Sogra. Festejam hoje todos juntos a ‘festa da família’. Dividem as alegrias e essa tristeza que virou troça. E não há um cristão que olhe pro Genro e/ou para a  Sogra sem lembrar da estória que hoje é história.
Daí é que eu digo que as conversas paralelas é que movem o mundo... (rs) E porque logo mais se comemora o Natal, posso usar de um trocadilho e dizer que 'tudo acaba em bacalhau'. E pra gente rir mais um bocado, aí vai uma dessas piadas envolvendo genro e sogra do humorista Mulita. Em seguida uma receita de bacalhau deliciosa e fácil demais da conta de fazer.
Pr'ocês tudo aí, muitas alegrias, boas festas e bom apetite!


Bacalhau gratinado
   1 posta de Bacalhau de 1/2kg aproximadamente
          1 pimentão vermelho sem pele
                 100g de azeitonas pretas
                       Batatas-inglesas, cortadas em nozetes ( com o lado menor do cortador )
                               Farinha de rosca e manteiga - para gratinar
                                     Salsa bem picadinha para salpicar sobre as batatas
                                             azeite de oliva extravirgem
(Rendimento: 2 porções)
Modo de fazer:
Deixar o Bacalhau de molho, durante 24 horas em água fria, trocando-a de tempo em tempo. Escorrer. Aferventar o tempo suficiente para que o Bacalhau fique macio, sem desmanchar. escorrê-lo. Acertar a posta que vai ser utilizada, eliminando as eventuais espinhas e peles. Abrir as fibras da carne, na superfície, acompanhado o desenho natural delas, levantando-as ligeiramente nas bordas. Untá-las com pincel, passando mel ou claras, só para dar aderência à farinha de rosca que será salpicada nas bordas e nas laterais. Espalhar pequenos pedaços de manteiga em toda a superfície ( com pincel ou em pedacinhos ). Levar ao forno para dourar. Para servir, montar sobre rodelas de pimentão. Dourar as batatas na manteiga, rapidamente. Espalhá-las em torno do Bacalhau, enfeitando com azeitonas a gosto. Salpicar com a salsa picadinha e servir. Acompanha vinho tinto.



2 comentários:

  1. Muito engraçada o seu caso : ) Especialmente porque mostra que não existe um modelo único de amor e que a tolerância é o melhor combustível para a paz. E Natal não é nada além disso: Paz e Amor : ) Feliz Natal Bonitona!!!

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  2. Morri de rir com o "causo"! Feliz Natal! :-)

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