terça-feira, 14 de janeiro de 2014

É Bicho-de-Pé, Chulé!


          Se ocê mora na roça ou só frequenta uma eventualmente, mesmo usando botas, uma hora ele te pega. Entre os dedos, por baixo das unhas, na sola do pé, de ‘ladim’, no calcanhar  - te faz cócegas numa coceira boa de se coçar achando ‘bão’ e, quando ocê se dá conta, num é mutuca nem muriçoca nem maruim. O que é que é que é? É bicho-de-pé, chulé!
          Dia desses tinha mais de penca entre os meus dois pés. Fiquei aperreada sem entender como podia se dar um trem desses já que uso um par de botas que vai até os joelhos por cima das calças toda vez que me embrenho pelo meio dos matos ou vou tratar dos bichos. Enfim, pesquisei mais a respeito e ‘inté’ arregalei os ‘óio’ quando me deparei com uma foto aumentada do bicho.
 
          O bicho-de-pé é uma pulga de cor marrom-avermelhada que quando adulta mede em torno de 1 mm de comprimento. É a fêmea adulta que tem a capacidade de perfurar a pele do homem, porco e outros animais, para se alimentar de sangue e pôr seus ovos.
 
          É um tipo de larva minúscula sem asas (graças a Deus) e que tem seis patas, que cresce e se transforma em um tipo de ácaro ou espécie de pulga chamada Tunga penetrans, que penetra na pele (geralmente do pé) para alimentar-se de sangue e pôr seus ovos, mas também pode acontecer dele picar ao redor dos pulsos, tornozelos e/ou outras dobras quentes da pele.
 
          Essas picadas ocorrem normalmente nos meses de verão e outono. O que explica praticamente o enxame em mim. As larvas desse inseto são mais encontradas em lamaçais, terrenos arenosos, geralmente em locais quentes, secos e sombreados, gramas altas, plantações e bosques. A pulga penetra na pele quando o indivíduo fica descalço na areia, na água suja, ou no chão por onde passam cães e gatos, por exemplo. A melhor maneira de não se pegar o bicho-de-pé é evitar andar descalço. Sua picada provoca muita coceira, e das boas.

          Assim, ocê já sabe – se vir um pontinho preto na pele, circundado por uma pele mais clara e coceira misturada com dor na região – vai ver que é bicho-de-pé.

 
          A não retirada do inseto da região afetada pode levar a infecções secundárias, como tétano e gangrena. Há registros de casos em que a amputação dos dedos dos pés foi necessária. Já pensou um trem desses?!
 
          Agora a parte boa da estória – tem um trem doce de comer batizado com o nome “bicho de pé”. O porquê não sei nem ouvi falar, mas parece ser gostoso e facim de fazer. Segue a receita. 
 

Bicho de Pé
 

Ingredientes:
  • 1 lata de leite condensado
  • 1 colher de sopa de margarina sem sal
  • 1 caixinha de gelatina de morango (pode ser sabor uva, framboesa, amora)
  • Açúcar para enrolar

Modo de preparo:

  1. Em uma panela, coloque o leite condensado e a margarina
  2. Mexa sempre até ferver, em fogo baixo
  3. Assim que começar a ferver, acrescente o pó da gelatina (não precisa dissolver antes)
  4. Mexa bem, em fogo baixo, até desprender do fundo da panela
  5. Espere esfriar para enrolar em forma de bolinhas
  6. Peneire o açúcar e passe as bolinhas no açúcar peneirado

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